quinta-feira, 11 de junho de 2015

"Amor de Deus"


Para reflexão, trechos da palestra "Amor de Deus", proferida pela Dra. Filó, na paróquia Nossa Senhora Rainha, no Belvedere, em Belo Horizonte:


" Hoje eu quero conversar com vocês, para que vocês possam entender um pouco mais sobre o amor de Deus. Mas antes de abordarmos o Evangelho, gostaria de colocar algumas coisas pra gente começar a pensar. 

A primeira coisa é a consciência de que Deus quer estabelecer uma relação com cada um de nós. E a relação que ele quer estabelecer é uma relação de amor. 

Para isso ele nos ama e espera que respondamos da mesma forma com amor. Mas quando a gente vai falar do amor de Deus, surgem algumas questões. A primeira, é que eu acho que não sou digno do amor de Deus. Gostaria de dizer a você que nenhum de nós é. 

Que Deus não nos ama por nada que a gente faça. Ele simplesmente nos ama, e isso é um fato. O que você vai fazer com esse conhecimento do amor de Deus é uma segunda questão. 

A primeira é ter consciência de que você é amado. E aí a gente fala “mas eu não fiz nada para Deus me amar!”. Não precisa, nós somos fruto do amor dele, que transbordou. E aí ele nos criou, então ele nos ama. Não há nada que você possa fazer que faça Deus desistir de você. 


Não existe diferença entre Deus te amar e me amar, o amor dele é igual. Ele ama o Papa, ele ama cada um de vocês, ele ama o pior ladrão. Ele ama aquele que mais fez alguma coisa de muito grave nesse mundo. 

Ele ama igual, não faz distinção. “Mas Deus não pode me amar, eu tive um passado péssimo!”, isso não interessa porque ele te ama lá onde você é péssimo mesmo. Por quê? Porque Deus sabe que somos o que não estamos sendo. Então ele quer pegar o que “estamos” e transformar no que somos pelo amor. 

Então a primeira consciência é essa. Todos os fios de cabelo da cabeça de vocês estão contados. A turma que fez luzes, ele sabe quantos cabelos são louros, quantos cabelos são pretos. Ele sabe! Nada escapa aos olhos dele. Nada! Seu nome está na palma da mão dele. Ele cuida de cada um, indistintamente. A questão é ter consciência disso ou não. 

A segunda questão é que a gente, quando fala de amor, pensa no amor de Deus como nossas relações de amor. E as nossas relações de amor muitas vezes são ruins. Muitas vezes são frustradas, porque fomos traídos, trocados, abandonados. 

E a gente fala “esse Deus vai me amar com amor de eternidade?”. É assim que Deus te ama, com amor de eternidade. Aí você fala “é bom de mais para ser verdade, ele vai me largar no meio do caminho”. Não vai. Tem uma parte dos textos de Paulo, que ele vai falar assim: “nada é capaz de nos separar do amor de Deus”. Nada, nem a morte, nem o sofrimento. Isso é um conforto para a alma, sem preço. Quero que vocês guardem isso profundamente no coração de vocês. Vocês são amados. 

Mas você fala “Filó, eu não sou amado. Você fala isso, mas eu nem sinto isso no meu coração”. Claro que não! O amor é a palavra mais banalizada que existe. E a gente baseia o amor de Deus no nosso amor. 

E nós não sabemos amar. Nós possuímos, mas não amamos. Então a gente quer ter aquilo que a gente ama. Deus não. Guardem isso! À medida que vocês forem caminhando vocês vão compreender. 

Tem um trecho em Oséias, que é o capítulo 11, olha como Deus fala: “Quando você era uma criança eu já o amava. Chamava-te de meu filho. Mas quanto mais eu te chamei, mais você fugiu de mim”. Por que nós fugimos de Deus? 

Nós temos dois grupos de pessoas. Aquela turma que diz “eu acredito em Deus, mas a gente não se incomoda”; “é ele lá e eu cá, a gente não se relaciona”. Por quê? Porque temos medo de Deus. Nós fomos criados assim: “menino, não faz isso que é feio! Deus não vai gostar de você não”. 

Cuidado com o que vocês estão fazendo com nossas crianças. Elas são como fita virgem, gravando todas as coisas. Nós temos que ter a consciência de que Deus é amor e misericórdia. 

Então, qual é a imagem que a maioria tem de Deus: um juiz, assentado, sem serviço, anotando no livro o que todo mundo fez de certo ou errado. Deus tem mais o que fazer. Ele não vai ficar anotando os meus erros e os meus acertos e sabe por quê? 

Porque ele não está lá no céu de barba branca, nem de caneta. Ele está aí do seu lado, andando com você. Pode ser que você não veja, mas ele está. Então ele não tem tempo para ficar anotando erros não. Ele está aqui para caminhar e fazer parte da sua vida. 

Deus não é bicho-papão. Ele é Pai-amoroso, dos mais amorosos. Aquele pai que, quando vê a criança fazer alguma coisa, diz “olha meu filho!”. Que olha pra gente com esse olhar de ternura. 

Aí tem outro grupo, que já tem uma caminhada com Deus. Vai a missa uma vez por semana e acha que já está bom. Vai até no grupo de oração, participa das campanhas de natal e quase mata os pobres de tanto comer. Porque durante o ano não tem fome não, só no fim do ano.

 Mas, infelizmente, até que a nossa consciência se abra, a coisa é complicada (...). "

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