sexta-feira, 26 de julho de 2024

Credo de Santo Atanásio

Credo de Santo Atanásio


1. Quem quiser salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica.

2. Porque aquele que não a professar, integral e inviolavelmente, perecerá sem dúvida por toda a 
eternidade.

3. A fé católica consiste em adorar um só Deus em três Pessoas e três Pessoas em um só Deus.

4. Sem confundir as Pessoas nem separar a substância.

5. Porque uma só é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo.

6. Mas uma só é a divindade do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, igual a glória, coeterna a majestade.

7. Tal como é o Pai, tal é o Filho, tal é o Espírito Santo.

8. O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado.

9. O Pai é imenso, o Filho é imenso, o Espírito Santo é imenso.

10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.

11. E contudo não são três eternos, mas um só eterno.

12. Assim como não são três incriados, nem três imensos, mas um só incriado e um só imenso.

13. Da mesma maneira, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente.

14. E contudo não são três onipotentes, mas um só onipotente.

15. Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.

16. E contudo não são três deuses, mas um só Deus.

17. Do mesmo modo, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor.

18. E contudo não são três senhores, mas um só Senhor.

19. Porque, assim como a verdade cristã nos manda confessar que cada uma das Pessoas é Deus e Senhor, do mesmo modo a religião católica nos proíbe dizer que são três deuses ou senhores.

20. O Pai não foi feito, nem gerado, nem criado por ninguém.

21. O Filho procede do Pai; não foi feito, nem criado, mas gerado.

22. O Espírito Santo não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procede do Pai e do Filho.

23. Não há, pois, senão um só Pai, e não três Pais; um só Filho, e não três Filhos; um só Espírito Santo, 
e não três Espíritos Santos.

24. E nesta Trindade não há nem mais antigo nem menos antigo, nem maior nem menor, mas as três  Pessoas são coeternas e iguais entre si.

25. De sorte que, como se disse acima, em tudo se deve adorar a unidade na Trindade e a Trindade na 
unidade.

26. Quem, pois, quiser salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade.

27. Mas, para alcançar a salvação, é necessário ainda crer firmemente na Encarnação de Nosso Senhor 
Jesus Cristo.

28. A pureza da nossa fé consiste, pois, em crer ainda e confessar que Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho 
de Deus, é Deus e homem.

29. É Deus, gerado na substância do Pai desde toda a eternidade; é homem porque nasceu, no tempo, da 
substância da sua Mãe.

30. Deus perfeito e homem perfeito, com alma racional e carne humana.

31. Igual ao Pai segundo a divindade; menor que o Pai segundo a humanidade.

32. E embora seja Deus e homem, contudo não são dois, mas um só Cristo.

33. É um, não porque a divindade se tenha convertido em humanidade, mas porque Deus assumiu a 
humanidade.

34. Um, finalmente, não por confusão de substâncias, mas pela unidade da Pessoa.

35. Porque, assim como a alma racional e o corpo formam um só homem, assim também a divindade e a humanidade formam um só Cristo.

36. Ele sofreu a morte por nossa salvação, desceu aos infernos e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos.

37. Subiu aos Céus e está sentado a direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

38. E quando vier, todos os homens ressuscitarão com os seus corpos, para prestar conta dos seus atos.

39. E os que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna, e os maus para o fogo eterno.

40. Esta é a fé católica, e quem não a professar fiel e firmemente não se poderá salvar".

terça-feira, 9 de julho de 2024

Oração eterna de Jesus aos discípulos

Oração eterna de Jesus aos discípulos



João, 17

17 Jesus falou essas coisas e, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti, 2 assim como lhe deste poder sobre toda carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste.

 3 E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste. 4 Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer. 5 E, agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse. 

6 Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra. 7 Agora, já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti, 8 porque lhes dei as palavras que me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste.

9 Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 10 E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e nisso sou glorificado. 11 E eu já não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. 

12 Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse. 

13 Mas, agora, vou para ti e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos. 

14 Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. 15 Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. 16 Não são do mundo, como eu do mundo não sou. 

17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. 18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. 

19 E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade. 20 Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim; 21 para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. 

22 E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. 23 Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que tens amado a eles como me tens amado a mim.

 24 Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me hás amado antes da criação do mundo. 25 Pai justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes conheceram que tu me enviaste a mim. 

26 E eu lhes fiz conhecer o teu nome e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja.

sexta-feira, 5 de julho de 2024

As tentações de Jesus no deserto


Após se encontrar e ser batizado, no rio Jordão, próximo a Betânia, por seu primo e Precursor, João, "o Batista", Nosso Senhor Jesus saiu em retiro e foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo demônio

O Batismo, quando recebeu o Espírito e a confirmação de Sua missão, consistiu na última preparação de Cristo antes de iniciar o seu ministério público. Após os céus se abrirem, foi apresentado ao mundo pelo próprio Pai, que revelou: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.

Toda decisão importante de Jesus era precedida de um proposital isolamento e oração. Desta vez, não foi diferente. Batizado, seguindo as regras dos homens, deu exemplo de humildade. 

Em seguida, Ele desaparece, tomando sobre si, desde já, o peso de todos os pecados do mundo, antevendo a grande e sofrida batalha que iria travar contra os judeus (fariseus e mestres da lei) e pagãos (romanos) para a glória de Seu Pai. Próximo a Jericó, Nosso Salvador, em preparação para a Sua obra messiânica, vivia entre os animais selvagens e os anjos o serviam.

Jesus jejuou e fez penitência por 40 dias, a exemplo de Moisés, no Sinai, e Elias, no caminho de Horeb. Dada a sua natureza humana, debilitado, após jejuar, sentiu fome. 

Exatamente neste momento de fragilidade e fraqueza, Satanás se aproveita e inicia a primeira de suas três malsucedidas investidas. Repetiu-se, de certo modo, a tentação outrora de Adão, que vingou. 

Dada a astúcia e conhecimento do tentador, a experiência psicológica que se seguiu foi sutil e, o processo, insidioso. Na realidade, o diabólico ofereceu três atalhos para se evitar a Cruz. Deus somente foi tentado porque, encarnado, assumiu a natureza humana. 

Quis, o Criador, ser semelhante aos homens em tudo, inclusive, passar pela experiência humana de resistir às tentações. Ele, assim, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado.

Simulando aparente compaixão com o faminto Penitente, Satanás, na primeira vez, ainda em dúvida sobre a natureza divina do Tentado, diz: - Se és o Filho de Deus, dize a estas pedras que se convertam em pão. 

O objetivo era fazer com que Jesus se livrasse da provação da fome e realizasse um milagre somente para satisfazer suas próprias necessidades pessoais. Era como se dissesse: faça o que tiver vontade de fazer (permissividade), satisfaça imediatamente seus instintos e necessidades, mas esqueça a Cruz. 

Se Satanás tivesse certeza de que falava com o próprio Deus, não O teria tentado. Contudo, a resposta foi imediata e triunfante, quando então Jesus, mesmo diante das fragilidades inerentes à sua condição humana, demonstrou confiança na providência divina, enalteceu a Deus e confirmou a prevalência do espírito sobre a matéria: - Nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. 

No momento da crucifixão, os homens fariam, novamente, o mesmo tipo de tentação, provocando: Se és o Filho de Deus, desce da cruz!

Então o demônio levou-O até a Cidade Santa, colocou-O sobre o pináculo do Templo e, na vã tentativa de servir-se da palavra revelada para atacar a alma, com o orgulho e egoísmo, e afastar o Enviado do Criador, disse-Lhe: Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, porque está escrito: "Ele ordenará aos seus anjos que te protejam e te tomem nas mãos para que não machuques o teu pé em alguma pedra". 

A segunda tentação traduz a ideia de que a cruz nunca venceria a humanidade, porque as pessoas se satisfazem com as maravilhas terrenas, aplaudem as surpresas mundanas e valorizam tudo o que é espetáculo e grandioso. 

Era como se o tentador insinuasse: pule desta altura, saia ileso e a multidão te seguirá. Você não precisa da Cruz. Por que ir por um caminho longo e doloroso para conquistar as pessoas se pode escolher uma via mais fácil, realizando um prodígio? 

À esta tentação, o Messias responde: "Não tentará o Senhor teu Deus". Não quis, assim, se vangloriar, já que, durante sua vida pública, faria milagres apenas por compaixão em favor dos pobres, enfermos e excluídos e para mostrar ser Filho do Homem, mas nunca para se exibir ou satisfazer a curiosidade do povo. 

O Messias, ao negar este ataque, não esqueceu ou substituiu o martírio da Cruz por uma demonstração de poder tendente a conquistar as multidões. Certa vez, durante sua peregrinação, Nosso Senhor também foi tentado quando as pessoas o cercaram, pedindo qualquer milagre para provar Seus poderes e justificar a crença: esta geração é uma geração perversa; pede um sinal

Afinal, a humanidade deveria seguir Jesus pelo sacrifício na Cruz, pelo derramamento de sangue, com amor e não pela realização inadvertida de milagres.

Por fim, Satanás, sugerindo que a teologia se equivaleria à política, leva Jesus ao cume de um monte muito alto e mostra-lhe todo o poderio e magnificência do mundo e diz: - Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares

Como se segurasse um globo de vidro do mundo nas mãos, dizia que todos os reinos eram seus eu os daria se fizesse o que pedira. Ou seja, não se preocupe com Deus e com o mistério da redenção: a única coisa que importa não é o divino, mas a ordem social e política. 

Contudo, o pai da mentira promete o que não pode dar. O Salvador repele com a profissão solene: "Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás" e acrescenta, para finalizar as tentações e impedir um novo ataque: "Desaparece da minha vista, Satanás". Depois que se retirou, Jesus, fortalecido pelas provações (“Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que O amam” (São Tiago, 1,12), não permaneceu só, já que os anjos se aproximaram e o serviam

Mais tarde, Cristo foi tentado, do mesmo modo, quando o povo quis transformá-lo rei na terra: Jesus, percebendo que queriam arrebatá-Lo e fazê-Lo rei, tornou a retirar-se sozinho para o monte.

Percebemos que as tentações se relacionam com as próprias funções messiânicas de Jesus: a primeira pretendia arrastá-Lo para o comodismo; a segunda, para exibições milagreiras e, a terceira, uma meta política.

A essência do satânico era, basicamente, o ódio e o desprezo à Cruz de Cristo. As tentações, em verdade, eram um apelo para Nosso Senhor desconsiderar Sua missão divina e Sua obra messiânica. 

As investidas do mal tinham por objetivo desviar o Salvador de Sua obra de salvação pelo sacrifício. Para ganhar a alma dos homens, o maligno tentou apontar três caminhos alternativos: um econômico, outro pautado em maravilhas e, por fim, um político.

Lembremos, que Jesus, mais tarde, em Cesaréia de Filipe, após perguntar aos discípulos quem dizem os homens ser o Filho do Homem?, chamou Pedro de Satanás (Mateus 16:23) porque o Apóstolo, sobre cuja fé seria fundada a igreja, naquela ocasião, reconheceu a divindade do Senhor mas não admitia a Cruz. Pedro tentou Nosso Senhor da mesma forma e, por isso, foi severamente repreendido. 

Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo permitiu esses assaltos para mostrar a semelhança com os homens, que também são tentados, através da luxúria, gula, orgulho, inveja e cobiça, durante nossas fraquezas e provar que, em nossos momentos de angústia, dúvida e tribulação, devemos permanecer firmes na fé, evitar o pecado, corresponder à graça e confiar na providência de Deus. 

O aperfeiçoamento humano, segundo os planos de Deus, passa pela provação e pelo sofrimento, já que, somente após cada um carregar a sua cruz, poderá alcançar a ressurreição. 

                                                                         No amor e na paz de Nosso Senhor Jesus Cristo!


segunda-feira, 1 de julho de 2024

A oração do "Angelus"

A oração do "Angelus"



Aprenda a rezar, diariamente, preferencialmente às 06h00, 12h00 e 18h00, a oração do Angelus (anjo, em latim), uma tradicional e piedosa oração que nos recorda o grande momento da Anunciação, feita pelo anjo Gabriel, à Virgem Maria que, livre do pecado original, conceberia em seu ventre, por obra do Espírito Santo, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. 

Composta por três antífonas, retiradas do Evangelho segundo São Lucas, que falam sobre a Encarnação da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o objetivo é reforçar nossa união e comunhão com Deus. 

Pela manhã, ao raiar o sol, oferecemos ao Senhor todos os trabalhos daquele dia, como agradecimento por Sua encarnação. Ao meio dia, rogamos a Deus os meios para louvá-Lo e adorá-Lo, por intercessão da Virgem Santíssima. 

Ao fim da tarde, rezamos novamente para pedir perdão por nossos pecados e faltas que nos distanciam do Pai e, também, para agradecer os favores e a graça obtidos durante o dia. 

Oração do Angelus

℣. O Anjo do Senhor anunciou à Maria.
℟. E ela concebeu do Espírito Santo.

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém.

℣. Eis aqui a escrava do Senhor.
℟. Faça-se em mim segundo a Vossa palavra.

Reza-se a Ave-Maria.

℣. E o Verbo se fez carne.
℟. E habitou entre nós.

Reza-se a Ave-Maria.

℣. Rogai por nós, santa Mãe de Deus.
℟. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

℣. Oremos: Derramai, ó Deus, a Vossa graça em nossos corações, para que, conhecendo pela mensagem do Anjo a encarnação do Vosso Filho, cheguemos, por Sua Paixão e Cruz, à glória da ressurreição. Por Cristo, Nosso Senhor.
℟. Amém.

V.: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R.: Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

V.: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R.: Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

V.: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R.: Como era no princípio, agora e sempre. Amém